Olá, Marcos Duarte!

Ygor: raça no meio-campo colorado

Data: 17/12/2012

Ygor chegou ao Internacional no segundo semestre deste ano e, em cinco meses de atuação, ganhou a confiança da torcida alvirrubra. Colorado de coração, falou para a Revista do Inter sobre o orgulho de defender as cores do Campeão de Tudo. Veja na reportagem da edição de número 81:


Volante chegou em julho e logo conquistou a admiração do torcedor

Coração colorado em campo
Volante Ygor realiza sonho de vestir a camisa do seu time de coração

A cena é de família. Aos 8 anos um menino acompanha de casa, ao lado dos pais e dos irmãos, o seu time ganhar um título. A conquista era a Copa do Brasil de 1992. O garoto era Ygor Maciel Santiago, o hoje volante Ygor, do Internacional.

Essa é uma das principais lembranças que o atleta tem de sua infância. Nascido em família colorada, não teve dúvidas em seguir pelo mesmo caminho. Naquele 13 de dezembro, vestia a camisa do então zagueiro Pinga – que seu pai havia ganho do próprio jogador – quando o Inter conquistava mais um título nacional. “Ficou marcada na minha memória a cobrança de pênalti do Célio Silva que deu o título. Eu tinha uma camisa do Pinga e acompanhava o Inter lá de Santana do Livramento”, lembra.

Outra recordação do Inter inesquecível para Ygor foi o time de 1997, que tinha no ataque Fabiano Souza e Christian. Daquela equipe treinada por Celso Roth ficou a lembrança do Gre-Nal dos 5 a 2, vencido pelo Colorado em pleno estádio Olímpico. “Aquela equipe jogava muito e fez um bom Campeonato Brasileiro. Eu acompanhava os jogos lá do Rio.”

Família colorada

Ygor é de uma família de torcedores do Inter. O pai, Antonio Augusto – ou Toninho, como é mais conhecido –, a mãe Dina e as irmãs Janine e Aline (já falecida) são colorados. Janine, inclusive, foi sócia colorada e só deixava de torcer pro seu time de coração quando ele jogava contra a equipe do irmão.

No bairro Centro da cidade gaúcha que faz fronteira com o Uruguai Ygor nasceu, cresceu e, como todo menino, jogou muito futebol de brincadeira com os amigos e o irmão Thiago – dois anos mais velho e também atleta profissional. Mas a vontade, nesta época, era seguir os estudos. Caçula de uma família de quatro filhos, o volante colorado gostava de estudar, especialmente História do Brasil e do Rio Grande do Sul.

Foco nos estudos

O gosto pelos estudos é facilmente percebido quando se fala com o jogador. Bem articulado e informado, Ygor é prova de que é possível conciliar a escola com as viagens e os treinos. A ida para o Vasco da Gama, em 1999, só ocorreu com a garantia do irmão, que já estava no clube carioca, de que lá o hoje volante colorado poderia terminar o Ensino Médio. E assim aconteceu. Para o futuro, Ygor ainda projeta fazer algum curso superior.

Ídolo

Admirador do futebol argentino, o ídolo de infância de Ygor era o volante Redondo, que foi um dos destaques da seleção da Argentina na Copa de 1994. “Ele era um jogador fora de série. Era canhoto e muito diferenciado”, avalia. O volante colorado também admira o eterno ídolo Falcão, que não viu jogar, mas ouviu muitas histórias contadas por seu pai. “Ele dizia 
que o Falcão fazia chover no molhado.”

Futebol no gene
O pai Toninho jogou em alguns times do Estado e foi treinador do Grêmio Santanense. Além disso, os primos também jogavam nas equipes de Santana do Livramento e o irmão Thiago seguia pelo mesmo caminho. Outra parte da família, porém, seguia a carreira militar, e Ygor estava pendendo para este lado quando decidiu seguir no futebol. 



Atleta veste a camisa do Inter, para o orgulho da família colorada

Primeira oportunidade 

 A primeira oportunidade de mostrar que tinha futuro no futebol surgiu em 1999. Naquele ano, estava sendo montada uma Seleção Sub-17 a partir de um quadrangular envolvendo três times do Rio (Vasco, Botafogo e Fluminense) e uma outra equipe formada por garotos de todo País. Amigo de dirigentes da Seleção, o fotógrafo Duda Pinto, de Santana do Livramento, indicou Ygor para o teste que seria realizado em Resende. De férias na escola, o garoto, com então 15 anos, aceitou o desafio. Participou das partidas e retornou à sua cidade natal. Alguns dias depois, recebeu uma ligação do irmão dizendo que dirigentes do Vasco que viram os jogos ficaram interessados em seu futebol. Daí foi a hora de fazer a escolha e seguir na carreira profissional.

 A ideia de entrar para o Exército foi deixada de lado, mas a disciplina e o empenho típicos de militares são vistos cada vez que Ygor entra em campo.

Laços com o Rio Grande

Quando escolheu pelo futebol Ygor prometeu a si mesmo dedicação total ao esporte. Para seguir a carreira, porém, teve que deixar os pais em Santana do Livramento, mas nunca os laços com a família e com o Rio Grande do Sul. “Meus pais continuam morando lá e eu vou sempre pra minha cidade em dezembro, passo o Natal com a família.” Gaúcho com muito orgulho, Ygor terá a possibilidade de ver a filha Helena, que ainda está na barriga da mãe Aline, aos quatro meses de gestação, nascer em seu Estado.  “Minha esposa é de Angra dos Reis, mas eu disse pra ela que a Helena vai nascer aqui, na Querência!”

Se não fosse jogador, Ygor seria a carreira militar ou de professor

Sonho realizado

Para os amigos de infância e para a família, é um orgulho ver Ygor jogando pela primeira vez no seu estado. “Eu joguei com o Muriel na Portuguesa e dizia pra ele: ‘Um dia eu vou jogar no Inter’. Era um objetivo que hoje eu estou tendo a possibilidade de realizar.”

Ficha técnica
Nome: Ygor Maciel Santiago
Data de nascimento: 1º/06/1984
Local: Santana do Livramento RS
Altura: 1m79cm
Estreia: 22/07/2012 - Inter 4x1 Atlético-GO (Brasileirão)

Times 
Vasco da Gama (2003 – 2007)
IK Start-NO (2007)
Fluminense (2008)
Portuguesa (2009)
IK Start-NO (2010)
Figueirense (2010)

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