Olá, Marcos Duarte!

Figueroa reencontra Beira-Rio e antigo companheiro

Data: 17/12/2013


Eterno "dono da grande área" visitou o Gigante e relembrou momentos históricos

Se o Gigante da Beira-Rio possui alma própria, muito se deve à uma lenda chamada Don Elias Figueroa. O ex-zagueiro, que ficou eternizado pela soberania defensiva e gols como aquele sob um facho de luz na final do Brasileirão de 1975, visitou nesta segunda-feira (16/12) a sua antiga casa, hoje em modernização. Quem pensa que a emoção da ocasião já bastaria, não contava com o reencontro do eterno camisa 3 com Caçapava, amigo com quem editou parceria defensiva implacável na década de 70.

Velhos amigos

Foi uma tarde histórica. Juntamente com seu mestre Rubens Minelli, Figueroa participou de uma interatividade com os torcedores através do Twitter. Após responder diversas perguntas de colorados de todos os lados, saiu do estúdio da Rádio Inter, no Gigantinho, e dirigiu-se ao Centro de Eventos Arthur Dallegrave decidido a reencontrar o guardião da zaga colorada em sua época: o ex-volante Caçapava, hoje funcionário do Clube no departamento de comunicação social.

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Apesar da fama de “durões”, a emoção foi inevitável. Ao rever o velho amigo com quem dividiu tantas glórias, Caçapava chorou. Figueroa não se conteve. Chorou também. O reencontro trouxe à tona lembranças de uma família colorada que tinha sede por vitórias e marcou gerações. A afinidade entre os dois era sintetizada em campo: “Sempre digo que, com Caçapava na minha frente, jogaria por mais 20 anos tranquilamente”, brincou o eterno capitão, dirigindo-se ao palco de suas maiores conquistas.

De volta ao Gigante

Parece que o tempo parou por alguns instantes. Enquanto Figueroa adentrava o Gigante, dava a impressão de que até os quero-queros se curvavam em respeito à mítica lenda colorada. Lado a lado com o velho companheiro de tantos duelos, Don Elias vagou lentamente pelo gramado, como que reconhecendo cada pedaço daquele chão: “Voltar aqui neste Estádio me traz uma lembrança enorme. A verdade é que tive a sorte de correr o mundo e ir para muitos lugares, mas, mesmo assim, para mim este é o Estádio mais lindo de todos”, confidenciou.


Ídolos caminharam pelo palco gaúcho na Copa do Mundo de 2014

É inegável que Figueroa tem uma ligação especial com o Beira-Rio. Antes mesmo de vestir a camisa alvirrubra, já havia criado uma certa relação com o templo colorado ao participar do torneio de inauguração, em 1969, quando ainda defendia o Peñarol-URU. Dois anos depois, seria contratado pelo clube gaúcho, onde é idolatrado até hoje.

Com a camiseta vermelha de número 3 às costas, liderou o Inter na missão de colocar o Rio Grande no mapa. O futebol gaúcho nunca mais seria o mesmo após aquele cruzamento de Valdomiro na final do Campeonato Brasileiro de 1975, contra o Cruzeiro-MG: “Até comentava com o Caçapava que, quando fiz aquele gol, parece que um mar vermelho se levantou com toda aquela multidão colorada” relembrou, para depois suspirar: “Chegar agora ali naquela goleira, onde fizemos o primeiro gol, do primeiro campeonato, que colocou o Inter e o Rio Grande do Sul a nível nacional, é uma imensa alegria”.


Figueroa indica onde foi marcado o "gol iluminado" na final de 1975

O fato é que o novo Gigante recebeu a benção do eterno “dono da grande área”. Durante a visita, o ídolo foi abordado por funcionários do Clube e da Andrade Gutierrez pedindo por autógrafos e fotos. Foi solícito com todos: "Sempre tive uma sintonia com o povo gaúcho e, em especial, com o torcedor colorado. Eu gosto muito desse lugar, nunca esqueço. O Inter foi muito importante na minha vida e tem um lugar especial no meu coração”, declarou Don Elias.

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