PROJETOS SOCIAIS DO INTER GANHAM DESTAQUE EM PROGRAMA DA GLOBO
Data: 22/05/2006
O programa Ação, da Rede Globo, apresentou no último sábado (20/5) o trabalho social e educativo desenvolvido pelo Sport Club Internacional. Confira abaixo a síntese das matérias ou acompanhe os vídeos da reportagem na íntegra.
Clique aqui e confira a matéria 'Inter possui um forte projeto de inclusão social'
Clique aqui e confira a matéria 'Inter investe em novos talentos, dentro e fora de campo'
Aposta no futuro
Aposta na inclusão pela educação. Nada mais natural na história do Internacional de Porto Alegre criado para combater o preconceito. O time foi fundado por três irmãos paulistas. Considerados forasteiros, eles não foram aceitos pelos clubes da cidade.

Inter aposta na inclusão através da educação
A equipe rapidamente caiu nas graças do povo. Hoje, o exemplo dado no começo do século passado está vivo na fundação de educação e cultura do Internacional, com o projeto Saci Colorado.
O Saci representa a união do Internacional com o povo. No ginásio do Gigantinho, o Saci Colorado se informatizou para ensinar.
Diariamente, trinta alunos têm aulas de computador, uma máquina que se tornou indispensável. "Com muito esforço meu pai comprou um computador, pra gente tentar se virar. Teve essa oportunidade, eu abracei", conta Cassiane Alves, 21 anos.
Os programas básicos são ensinados para quem já está à procura do primeiro emprego.
"Para conseguir um emprego tem que ter um estudo, uma informática, pra chegar lá, pra ser alguém na vida", diz Bruno Santos, de 16 anos.
"Eu quero entrar no mercado de trabalho, e, se não tem informática, não dá para entrar no mercado de trabalho", reforça Cassiane.
O Saci não pula apenas no ginásio do Inter. Se junta a professores de mais de 40 escolas de toda Porto Alegre.
"Além do professor, aquele que está o dia a dia, vem algo diferente, vem algo de fora", conta a diretora da escola, Josiane Baptista.
Através de um convênio com a secretaria municipal de educação, o Inter leva educadores para as salas de aula. Eles complementam a matéria com jogos e brincadeiras.
O estímulo dá certo. "Eles gostam bastante. Até quando a gente não traz alguma coisinha mais divertida eles já ficam reclamando", diz a educadora Fernanda da Costa.
"Quanto mais possibilidades e ferramentas a gente proporcionar para os alunos, mais eles aprendem. Eu acredito que o aluno aprende pelo prazer. Eu acho, assim que o lúdico, o jogo traz a questão do prazer na aprendizagem", diz a professora Clarice Balejos.
Da sala de aula para a quadra. O Saci da vez é o professor de hip-hop, Lucas Fonseca. "Tem muitas crianças que se identificam com a cultura hip-hop. Com certeza não estavam encontrando esse espaço."
A escola, que já tinha uma tradição de abrir para a comunidade nos fins de semana, aprovou, como confirma a diretora Josiane. "Isso pra nós é novo, é novo dentro da educação. Essas parcerias, esses outros olhares dentro da sala de aula, dentro do currículo. Então isso foi o que nos ajudou, o que nos incentivou a fazer essa parceria".
Parceria é a palavra de ordem. Saci Colorado, Sesi e Senai dão a 25 adolescentes a chance de aprender uma profissão: a marcenaria.
"Eu tenho hoje pedidos de dois a três pedidos por semana de pequenas empresas pedindo profissionais da área", diz o instrutor de marcenaria, Jaime da Silveira.
Os alunos têm aulas de matemática, conhecimentos gerais, desenho, eles aprendem a gerir um negócio e ninguém tem medo de colocar a mão na massa.
"Meu pai fez o curso, o irmão do meu pai também, se formaram tudo na marcenaria com o professor Jaime, que é meu professor hoje", conta Glaucen Magalhães, de 16 anos.
Alunos, professores, educadores. Todos envolvidos no mesmo propósito. Fazer com que o Brasil inteiro vibre com o clube do povo do Rio Grande do Sul.
Novos talentos
Futebol e educação podem e devem caminhar juntos. É o exemplo que o Internacional quer dar: formar craques dentro e fora de campo.

Luiz Carlos Sena, do time júnior, é um dos 84 jovens que moram no alojamento do Inter
Suas a camisa e usar a habilidade para conquistar um lugar em campo. O sonho é o mesmo perseguido por tantos jovens pelo Brasil afora: ser jogador de futebol profissional. O caminho é longo.
"São no mínimo oito anos até chegar ao profissionalismo", conta o treinador Marcelo Estigarribia.
Luiz Carlos Sena joga no time júnior do Internacional, de Porto Alegre.
"É um atleta que tem um potencial e dentro em breve vai ter uma oportunidade na equipe profissional do Internacional", diz o técnico.
"O nosso nome que está no nosso hino é Celeiro de Ases. Nós procuramos transformar meninos que têm talento em craques de futebol", diz Marabá, diretor das categorias de base.
O mato-grossense Sena é um dos 84 jovens vindos de todo o Brasil que moram no alojamento do Inter.
Eles ficam aqui até completar vinte anos. Recebem o carinho e a torcida de uma equipe que conta com psicólogos, nutricionistas e assistentes sociais.
"Eles, por virem de vários Estados, trazem uma cultura diferente, eles trazem maneiras diferentes e no dia a dia a gente vai crescendo, vai aprendendo, vai ficando com carinho, vai torcendo por eles", conta a assistente social Bernadete Guichard.
O alojamento se transforma no lar de cada um e todos formam uma família. Sena divide o quarto com mais onze colegas.
No computador, o meio-campo mata as saudades. ?Vou mandar um e-mail pra minha namorada".
"O Sena é um menino muito tranqüilo, ele já está acostumado. É claro que você não deixa de ter saudades porque você está há mais ou menos tempo longe, mas é uma coisa que eles vão elaborando e vão amadurecendo aos poucos", diz a assistente.
A oportunidade que o clube oferece de ensinar aos garotos uma profissão vai além dos campos de futebol. A educação é uma preocupação central, como explica Marabá. "O trabalho do Internacional visa também que eles se transformem em cidadãos"
Por isso, o clube faz marcação cerrada nos boletins da rapaziada. Chance de recuperar o tempo perdido para quem trocou os cadernos pela bola.
"Antes de sair pra fora para jogar bola, de casa, eu sempre fui um bom aluno, sempre passei nas matérias. Depois que saí de casa, essa freqüente mudança de estado acabava interrompendo os estudos. Agora que eu me firmei, assinei um contrato, está dando pra continuar os estudos agora e espero terminar", diz Luiz Carlos Sena, de 18 anos.
Sena estuda num colégio no centro de Porto Alegre. É uma escola particular, paga pelo Inter.
Incentivo nos estudos, incentivo nos treinos. Quem precisou sair de casa aos quatorze anos, sabe a importância de agarrar chances como essa. "Eu saí em 2002, dois dias antes do meu aniversário, fui pra São Paulo, joguei o Campeonato Paulista pelo Primavera, fui pro Paraná, retornei a São Paulo e tive a felicidade de sair do país, conhecer outras culturas, voltei pro Matsubara e vim pro Inter em outubro de 2004", diz Sena.
Sob os pés, agora, o campo dos sonhos de Sena: o Beira-rio, a casa do Internacional. Ele quer retribuir tudo que o clube está fazendo por ele. "Tudo que eu tenho hoje eu devo ao Inter, os estudos, família, uma ajuda de custo que eu posso mandar para os meus pais. Isso tudo eu devo ao Internacional".
No estúdio
O Ação entrevistou em seu estúdio o presidente da Feci, Fundação de Educação e Cultura do Internacional, Cesardo Vignochi. Ele falou sobre o projeto Saci Colorado.

Cesardo Vignochi falou sobre o projeto Saci Colorado no programa Ação, da Rede Globo