INTER BUSCA A MAIOR GLÓRIA DO PLANETA
Data: 17/12/2006
Por Alexandre Corrêa/Enviado Especial ao Japão
Foto/capa: Andrew Couldrige
O Internacional enfrenta neste domingo o maior desafio da sua história. Em Yokohama, no Japão, do outro lado do planeta, a cerca de 20 mil quilômetros do Beira-Rio, o time do técnico Abel Braga, campeão da América, enfrenta o Barcelona, o badalado campeão europeu recheado de jogadores famosos e apontado pela imprensa como favorito ao título. Os jogadores colorados querem passar por cima deste favoritismo adversário e entrar para a história. Se vencer, o Inter será o terceiro time brasileiro a conquistar a Copa do Mundo de Clubes da Fifa. Os outros dois foram o Corinthians, em 2000, e o São Paulo, em 2005.

Fernandão é o capitão do time que busca o inédito título em Yokohama, no Japão (Andrew Couldrige)
A motivação de todos na delegação colorada no Japão é proporcional ao tamanho do desafio. ?É um momento único. A camisa do Inter é a camisa da minha seleção. E essa é a minha Copa do Mundo?, afirmou o capitão Fernandão, uma das grandes esperanças coloradas para a partida. O técnico Abel Braga deve ter apenas um desfalque para o confronto. O lateral-esquerdo Hidalgo, com uma lesão muscular, deve ficar de fora, entrando Rubens Cardoso no seu lugar. Nas demais posições, a tendência é que o time seja o mesmo que derrotou o Al-Ahly, do Egito, na semifinal na última quarta-feira. Na ocasião, o Inter venceu por 2 a 1, gols de Alexandre Pato e Luiz Adriano.

Na semifinal, Luiz Adriano (E) e Alexandre Pato (D) marcaram para o Inter (Daniel Boucinha)
Para enfrentar a movimentação e a habilidade dos jogadores do meio para frente no Barcelona, a idéia é fazer uma forte marcação e partir para os contra-ataques utilizando a velocidade dos atacantes colorados. O time catalão deve ter a volta do volante brasileiro Edmilson, recuperado de uma indisposição estomacal que o afastou da semifinal diante do América, do México.

Inter, do volante Edinho, aposta na forte marcação sobre o time catalão (Jefferson Bernardes/VIPCOMM)
Pela segunda vez consecutiva, o Inter vai jogar de branco, como aconteceu na semifinal diante dos egípcios. A decisão foi tomada em reunião com a Fifa. O Barcelona, por sua vez, irá atuar com o uniforme principal, com as cores azul e vermelha.

Fiel: torcida colorada estará ao lado do Inter na final do Mundial (Jefferson Bernardes/VIPCOMM)
O time espanhol deve contar com a maioria dos torcedores no estádio devido à fama dos jogadores entre os japoneses. Mas o Inter terá também a presença da sua fiel torcida. Cerca de mil colorados estarão presentes ao lado de alguns tantos outros japoneses que passaram a simpatizar com o Inter desde a chegada ao oriente. No hotel onde a delegação se hospedou em Yokohama, por exemplo, o assédio dos japoneses foi grande. Todos os dias cerca de 50 fàs se amontoavam na entrada do hotel em busca de fotos e autógrafos dos jogadores. Alguns sabiam o nome de todos os atletas e chamavam os atletas com o seu tradicional sotaque asiático.

Inter vem atraindo a simpatia da torcida japonesa (Daniel Boucinha)
A partida deverá concentrar a atenção de bilhões de pessoas no mundo. A previsão é que seja transmitida para 219 países e territórios. O torneio é tratado de fato como uma Copa do Mundo de clubes. Para se ter idéia, a decisão será no Estádio Internacional de Yokohama, palco da final da Copa do Mundo de 2002, entre Brasil e Alemanha. A estrutura e a atenção da Fifa é nos mesmos moldes do Mundial de seleções. Será um grande jogo. Uma grande final com os dois maiores clubes do planeta em 2006.
Internacional: 1 - Clemer; 2 - Ceará, 3 - Índio, 4 - Fabiano Eller e 6 ? Hidalgo (15 - Rubens Cardoso); 8 - Edinho, 5 - Wellington Monteiro, 7 - Alex e 9 - Fernandão; 11 - Alexandre Pato e 10 - Iarley. Técnico: Abel Braga.
Barcelona: 1 - Valdes; 11- Zambrotta, 4 - Márquez, 5 - Puyol e 12 - Van Bronckhorst; 15 ? Edmilson (3 ? Motta), 24 - Iniesta e 20 - Deco; 8 - Giuly, 7 - Gudjohnsen e 10 - Ronaldinho. Técnico: Frank Rijkaard.
Horário: 8h20min (horário de Brasília).
Local: Estádio Internacional de Yokohama, no Japão.
Arbitragem: Carlos Batres (Guatemala), auxiliado por Carlos Pastrana (Honduras) e Leonel Leal (Costa Rica).